Sete Sacramentos

O que é necessário para batizar uma criança na Igreja Católica?

Muitas pessoas que são convidadas para ser padrinhos de batismo têm apenas uma noção básica do que a função representa. Mas quais são as normas da Igreja Católica em relação ao assunto? “Em uma situação ideal, os padrinhos devem ter toda a educação cristã católica: batizados quando crianças, feito catequese, crisma e também que participem ativamente da rotina da Igreja”, explica o pároco do Santuário Cristo Rei e São Judas Tadeu, em Curitiba, Renato Vieira.

Segundo ele, a missão dos padrinhos é ajudar os pais na educação cristã das crianças. “Me parece que para algumas pessoas o batismo não é entendido como fazer parte da Igreja Católica; elas interpretam como uma benção, algo para afastar os males. Mas ele é muito maior do que isso”, afirma.

“O batismo representa um novo nascimento. Ele nos torna filho de Deus e nos incorpora à igreja”, diz o frei capuchinho Maurício Aparecida Solfa, 40, da Igreja dos Capuchinhos. Segundo ele, além de conduzir o afilhado à vida religiosa, devem estar sempre presente afetiva e carinhosamente. “Eles são como segundos pais”, resume.

Existe idade certa?
Na Igreja Católica, a tradição é que a criança seja batizada no máximo até os 7 anos, antes que comece a frequentar a catequese. Em outras confissões cristãs, como na maioria das igrejas protestantes e evangélicas, o batismo ocorre de modo diferente, já que apenas adolescentes e adultos podem ser batizados. Nestes casos, a justificativa é que a pessoa batizada deve estar consciente da opção pela fé cristã.

Desde que foi convidada para ser madrinha pela primeira vez, há um ano, a professora Heloise Santos, 37, percorreu mais de uma dúzia de igrejas em Curitiba ao longo de 12 meses. Sua expectativa era de que algum padre aceitasse realizar a cerimônia de batismo de seu sobrinho, mesmo não sendo casada na igreja. “Moro com meu marido há 20 anos e todos os padres negaram porque nunca casei no religioso”, conta.

Heloise tinha, ainda, outro “empecilho” no processo: apenas seu marido era católico e havia sido crismado – durante toda sua vida, ela frequentou a Igreja Adventista. “Por mais que eu não tenha os requisitos da Igreja Católica, sei qual é a minha função como madrinha”, opina.

Cada caso é um caso.
A saga enfim terminou quando o padre de uma igreja do centro de Curitiba acolheu o pedido da professora e realizou a cerimônia. Segundo o pároco, que concedeu entrevista por telefone ao Viver Bem, mas optou por não se identificar na reportagem, cada caso deve ser resolvido pessoalmente.

“Essa tem sido a metodologia do Papa Francisco. A princípio, o batismo nunca deve ser negado, pois é um direito canônico”, explica.
Isso vale mesmo para os casos em que os padrinhos não têm crisma, de acordo com ele. “Cada família tem uma história, uma realidade, e a criança não pode ficar sem o batismo.”

O pároco Renato Vieira também cita o exemplo do Papa Francisco. “Cada caso pode ter uma abordagem diferente, por isso é preciso procurar um padre e alinhar a situação para que haja coerência com os valores da igreja.”

Ele diz que não se trata de negar o batismo. “O que fazemos é esperar a situação adequada para que o sacramento seja realizado. Caso contrário, é como dar um carro para alguém que não sabe dirigir”, completa.

O curso de padrinhos é obrigatório?
Sim, sejam os padrinhos católicos ou não. Cada diocese tem seu cronograma (no Paraná, há 18 dioceses, e a de Curitiba conta com cerca de 140 paróquias), mas, em geral, o curso tem duração de uma tarde, é gratuito e ministrado na própria igreja.

Postagens relacionadas

Sagramento do Matrimônio

Lua

Os dois requisitos básicos para receber a Sagrada Comunhão

janaina santos santos

A necessidade do Batismo

Lua

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais

Politica de privacidade & Cookies
Verified by MonsterInsights