Dogmas Mariano

Dogmas Marianos

✓ Fundamentação nas Escrituras

✓ Existe o texto de Paulo que se refere a Jesus, o Filho de Deus, enviado na plenitude do tempo como “nascido de mulher” (Gl 4, 4), onde a referência à virgindade não é propriamente explícita, mas pode ser deduzida indiretamente e entendida dentro do mistério maior da “kenose” – abaixamento e humilhação do Filho de Deus que “nasce de mulher e sob a Lei”.

✓ O Evangelho de Marcos, por sua vez, refere-se a Jesus como “o filho de Maria” (Mc 6, 3), quando, segundo os costumes bíblicos, seria mais lógico mencionar o pai, tal como fazem Mt e Lc (Mt 13, 55; Lc 3, 23).

✓ O Evangelho de João tem no v. 13 do seu primeiro capítulo uma expressão muito discutida se deve ser compreendida no singular ou no plural: “…os quais(o qual) não nasceram(nasceu) do desejo da carne nem da vontade do varão, mas de Deus”. Se prevalecer o singular, pode-se referir o texto ao Verbo, concebido do Espírito Santo, no seio virginal de Maria, “gerado de Deus”.

Mateus e Lucas são os que tocam diretamente no ponto da virgindade de Maria. Em Mt 1, 18 é dito que Maria, antes de coabitar com José, tornou-se grávida do Espírito Santo, afirmação que constará do anúncio posteriormente feito a José sobre o mistério da gravidez de sua esposa (v. 20). O texto continua incisivo a afirmar que José não teve relações com Maria até o parto (vv.24-25). Em Lc, a afirmação capital sobre o fato da concepção virginal está, também, como em Mt, envolta no mistério pneumatológico (do Espírito Santo). O filho é gerado no seio de Maria pelo poder do Espírito (Lc 1, 34-35).

✓ O filho gerado no seio de Maria é um ser divino (Mt 1, 21-31; Lc 1, 35.39-43.44-56; Jo 1, 1.13). Já não se trata mais das “várias formas e das várias maneiras pelas quais Deus vem falando a seu povo” (Hb 1, 1) mas é o próprio Dus Filho feito carne, como dom salvífico ao povo e ao mundo. Afirmar a virgindade da mãe, origem humana do Filho de Deus, é afirmar, ao mesmo tempo, a origem divina desse filho. Origem divina essa que nos textos não é referida ao Pai mas ao Espírito Santo, a “ruah” do AT, o “pneuma” do NT (Mt 1, 18.20; Lc 1, 25), excluindo assim radicalmente qualquer tentativa de analogia com relações sexuais entre um deus e uma criatura presente nos mitos pagãos.
A cadeia de genealogias humanas sofre uma radical ruptura para dar lugar ao Espírito que com seu sopro criador invade a história e faz brotar a vida ali onde seria impossível. É o mesmo Espírito que transforma os ossos secos em militante exército (Ez 37, 12-14), que converte o deserto em jardim e o jardim em floresta (Is 32, 15-17), o que faz brotar do ventre inexplorado de Maria a “vida em abundância” (Jo 10, 10). Não se trata, pois, de um dado antropológico que se passa, intimistamente, entre Deus, uma mãe e seu filho. Mas a concepção virginal de Jesus em Maria abre para homens e mulheres de todos os tempos e de todas as épocas a perspectiva de um novo nascimento (Jo 1, 13). Jesus, o novo Israel que brota do seio da Virgem, é a semente do novo povo que é plasmado pelo Espírito no povo fiel da qual Maria é figura e símbolo.

✓ Testemunho da Tradição e do Magistério

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