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A vinda do Senhor
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A vinda do Senhor

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A salvação é a gratuidade de Deus pela fé em Cristo Jesus e em seu caminho: por amor de Cristo, conhecer Cristo, ganhar Cristo e ser encontrado nele. O conhecimento íntimo da pessoa de Cristo leva o cristão a participar da vida, dos sofrimentos e da morte de Cristo Jesus. Era necessária a comunhão com a paixão, a morte e a ressurreição do Messias crucificado! A morte aparece no caminho que Jesus de Nazaré escolhe! Vejamos as palavras de Paulo:

  1. a) “Pois Deus não nos destinou para a ira, e sim para possuirmos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele morreu por nós, para que, acordados ou dormindo, vivamos com ele” (1Ts 5,9-10).
  2. b) “Antes de tudo, transmiti a vocês aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3).
  3. c) “Pois entre vocês eu decidi não saber nada além de Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1Cor 2,2).
  4. d) “Com efeito, pela lei eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo. E já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim. E a vida que vivo agora na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim. Não torno inútil a graça de Deus. Porque, se a justiça vem através da lei, então Cristo morreu inutilmente” (Gl 2,19-21).

Paulo não pregou Jesus como o messias rei davídico poderoso nem como o defensor da lei do puro e do impuro, mas sim como o Messias crucificado. Jesus caminhou para a cruz: “Abba, Pai! Para ti tudo é possível. Afasta de mim este cálice. Porém, não o que eu quero, mas o que tu queres” (Mc 14,36). A cruz de Jesus é o resultado da sua fidelidade à missão do Pai e compromisso com seus irmãos até o fim.

É o resultado do que ele pregou e do que ele fez: “Eu, Javé, chamei você para a justiça, tomei-o pela mão, e lhe dei forma. E o coloquei como aliança de um povo e luz para as nações, para você abrir os olhos dos cegos, para tirar os presos da cadeia, e do cárcere os que vivem no escuro” (Is 42,6-7; cf. 52,13-53,12). É a figura do Messias Servo!

E é exatamente por Jesus ter testemunhado esse amor até o fim, até a cruz, que Paulo verá na cruz a exaltação de Jesus como Servo de Javé e o caminho da salvação: “Quanto a mim, que eu nunca me vanglorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio dele, o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão valem nada, e sim a nova criatura. E a todos os que seguem esta regra, que a paz e a misericórdia estejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6,14-16).
  1. Uma palavra final
    No contexto do imperialismo romano, Paulo pregou Jesus crucificado e ressuscitado e ousou caminhar contra a corrente e com a proposta de justiça do “Servo sofredor”. Quase dois mil anos se passaram, mas o imperialismo continua encarnado em muitas “feras”, devorando as pessoas inocentes com guerra, exploração, fome, violência. Até as Igrejas, com seu Cristo triunfalista e legalista, servem para conservar as feras do presente.

É o que se pode dizer, nessa realidade, acerca de nossa missão à luz da vida e das mensagens de Paulo, o fariseu, sua adesão ao Messias crucificado, a vinda do Senhor e a comunidade como o reino antecipado de Deus. Pois a palavra de Paulo permanece: “Nós, que somos do dia, fiquemos sóbrios, revestindo a armadura da fé e do amor, e o capacete da esperança da salvação” (1Ts 5,8).

Shigeyuki Nakanose, svd

*Shigeyuki Nakanose é religioso verbita, assessor do Centro Bíblico Verbo, leciona no ITESP (São Paulo).

Eclesialidade

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