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A vinda do Senhor
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A vinda do Senhor

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Segundo os pesquisadores, o conceito e a imagem da parúsia do imperador serviram para Paulo ao pregar e escrever sobre a segunda vinda do Senhor Jesus para julgar e governar o mundo. Na primeira carta aos Tessalonicenses, lemos: “Porque o próprio Senhor, ao soar uma ordem, descerá do céu à voz do arcanjo e ao toque da trombeta” (1Ts 4,16). Refere-se à grandiosidade do cortejo do Senhor Jesus com os anjos! Paulo, assim, descreve a parúsia, ou a segunda vinda do Senhor, com as cores da festa celestial, projetadas pelas festividades conhecidas nas cidades do império romano.

Em seu escrito aos tessalonicenses, Paulo parece contar com a possibilidade da parúsia iminente do Senhor Jesus: “Porque eles mesmos contam como vocês nos acolheram, e como se converteram dos ídolos a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, e para esperar dos céus o seu Filho, que ele ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira futura” (1Ts 1,9-10). Como a tradição do Antigo Testamento, essa vinda é o dia do Senhor: julgamento e castigo contra os infiéis e alegria e triunfo para os fiéis:

Então vocês hão de se converter e verão a diferença que existe entre o justo e o ímpio, entre um que serve a Deus e outro que não lhe serve. Vejam! O Dia está para chegar, ardente como forno. Então os soberbos e todos os que cometem injustiça serão como palha. Quando chegar o Dia, eles serão incendiados – diz Javé dos exércitos.

E deles não vão sobrar nem raízes nem ramos. Mas, para vocês que temem a Javé, brilhará o sol da justiça, que cura com seus raios. E vocês todos poderão sair pulando livres, como saem os bezerros do curral. Vocês pisarão os maus como poeira debaixo da sola de seus pés, no Dia que estou preparando – diz Javé dos exércitos (Ml 3,18-21).

Paulo assume a teologia do Dia de Javé e coloca Jesus no lugar de Javé. Será o dia do Senhor Jesus Cristo. A vinda messiânica do Senhor do céu à terra com toda a sua glória e poder, como as visitas festivas dos senhores imperadores. Um dia de alegria e triunfo dos cristãos! O dia da libertação e o fim da opressão do império! Mas quando chegará esse dia feliz? Está próximo? Como acontecerá isso?

Perguntas e dúvidas pairavam sobre a comunidade cristã de Tessalônica. Uma das principais perguntas girava sobre os cristãos já falecidos: alguns já tinham morrido de causa natural; outros, martirizados na perseguição. O que aconteceria com eles? Não iriam participar da parúsia porque estariam ausentes quando da vinda do Senhor? Paulo afirma:

Irmãos, não queremos deixá-los sem saber das coisas que se referem aos que adormeceram, para que vocês não fiquem tristes como os outros que não têm esperança. De fato, se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus levará consigo aqueles que adormeceram em Jesus. Por isso é que lhes dizemos, segundo a palavra do Senhor: “Nós, os viventes, os que ainda estivermos aqui por ocasião da vinda do Senhor, não passaremos à frente dos que adormeceram” (1Ts 4,13-15).

Jesus, morto e ressuscitado, e os cristãos têm o mesmo destino final: como ressuscitou Jesus, Deus fará o mesmo com os cristãos já falecidos. Eles serão ressuscitados e participarão da parúsia ou irão ao encontro do Senhor Jesus Cristo glorioso. Além disso, os cristãos falecidos ressuscitarão primeiro; em seguida a eles se juntarão os vivos: “Então, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4,16).

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