
Ele o fazia por reconhecer que não era Apóstolo como os demais e não tinha o direito de ser sustentado pelas comunidades dos fiéis. São Paulo sofreu horrivelmente por causa dessas falsas acusações (cf. 2Cor 11,21-32), mas não se abateu, pregando intrepidamente a liberdade dos cristãos frente à lei de Moisés. E por que tanto insistiu nisto?
Eis a resposta paulina: Deus chamou Abraão gratuitamente ou sem méritos de Abraão, e prometeu-lhe a bênção do Messias . Abraão acreditou nesta Palavra do Senhor, e tornou-se justo ou amigo de Deus por causa da sua fé; é certo, porém, que esta fé não foi inerte, mas traduziu-se em obediência incondicional a todas as ordens do Senhor.
Ora, o modelo de Abraão é válido para todos os homens, anteriores e posteriores a Cristo; ninguém é justificado ou feito amigo de Deus porque o mereça, mas porque Deus tem a iniciativa de perdoar os pecados de sua criatura; esta – acredita no perdão de Deus e exprime sua fé em obras boas. Sobre este pano de fundo a lei de Moisés foi dada ao povo de Israel a título provisório e pedagógico. – ela propunha preceitos santos que o israelita não conseguia cumprir, vitima da desordem do pecado existente dentro de todo homem.
Assim a Lei tinha o papel de mostrar à criatura que ela por si só é incapaz de praticar o bem e de fazer boas obras – ela precisa da graça de Deus, … graça que o Messias devia trazer. Desta maneira (dura e paradoxal) a lei preparava Israel para receber o Salvador: aguçava a consciência do pecado, tirava qualquer ilusão de auto-suficiência e provocava o desejo do dom gratuito de Deus prometido a Abraão.
A intuição desta verdade ou do grande desígnio de Deus na história da salvação se deve ao gênio de São Paulo, que assim evitou que o Cristianismo se tornasse uma seita judaica, filiada à lei de Moisés, e preservou a autenticidade cristã – A Lei de Moisés era um elemento meramente provisório e preparatório para a vinda de Jesus.
Quanto ao fato de não querer viver do seu trabalho de evangelização, e com as mãos, ganhando seu pão, São Paulo o justificava, dizendo que evangelizar para ele não era meritório (como era meritório para os demais Apóstolos); Cristo o tinha de tal modo cativado que ele não podia deixar de pregar a Boa-Nova (“ai de mim, se eu não evangelizar!”, l Cor 9,16); por isto devia fazer algo mais para oferecer ao Senhor Deus. – Ademais São Paulo fazia questão de dizer que não era discípulo dos Apóstolos, mas fora instruído e instituído diretamente por Deus (cf. GI 1,1).
A expansão do Cristianismo nascente Sem demora, a pregação do Evangelho ultrapassou os limites do país de Israel e entrou em território pagão. Em Antioquia, capital da Síria, fundou-se uma comunidade muito próspera, que se tornou um centro de irradiação missionário para o mundo helenista.
Foi lá que pela primeira vez os Galileus (At 1,11) ou Nazarenos (At 24,5) receberam o nome de cristãos (em grego, christianoi); cf. At 11,26. Em Roma o Cristianismo deve ter-se originado por obra de judeus residentes naquela cidade que haviam peregrinado a Jerusalém por ocasião do primeiro Pentecostes cristão (cf. At 2,10); tendo abraçado a fé naquele dia, regressaram a Roma e lá transmitiram a Boa-Nova aos seus compatriotas da Diáspora.
S. Pedro e S. Paulo devem ter encontrado a comunidade já estruturada quando chegaram a Roma. Tácito refere que Nero em 64 mandou executar uma multitudo ingens (enorme multidão) de cristãos. Que este ensino ajude-nos a conhecer cada mais a história da Igreja, sonho de Deus, implantada por JESUS Mário Eugênio Nogueira Irmão Aliança da Comunidade Anuncia
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