Catequese

Rumo a uma conversão catequética: De preparação para os sacramentos a encontro com Jesus Cristo

Se a catequese tem como centro a Palavra de Deus, ela é anúncio de Cristo – Palavra de Deus por excelência – e oferta de comunhão pessoal com ele, e não um curso de religião ou uma ocasião de doutrinação nos princípios religiosos do catolicismo.

No plano global da comunicação de Deus, Cristo representa não uma palavra, mas a Palavra por excelência de Deus, o vértice da revelação, a suprema manifestação de Deus ao homem e a suprema revelação do homem ao homem (GS n. 22), “o mediador e a plenitude de toda a revelação” (DV n. 2). Cristo é, de fato, o logos, a palavra do Pai (Jo 1,1), a sapiência de Deus (1Cor 1,24), a imagem do Deus invisível (Cl 1,15), esplendor da glória e efígie de sua substância (Hb 1,3). Nele, suprema revelação de Deus ao homem, se concentra e se realiza o projeto de salvação para toda a humanidade (ALBERICH, 2013, p. 108).

Em Jesus Cristo, o ser humano encontra o sentido da vida (ALBERICH, 2013, p. 108) e nele se “concentra e se realiza o projeto de salvação para toda a humanidade” (ALBERICH, 2013, p. 108). Portanto, se a catequese é serviço à Palavra, cabe também a ela proporcionar, por meio da aproximação ao Evangelho de Jesus, uma experiência pessoal com o Cristo, plenitude da Revelação de Deus aos homens (SOUSA, 2014, p. 640). Trata-se de entrar em relação não com uma ideia, mas com uma pessoa, Jesus Cristo, o Filho de Deus na carne (Jo1,14).

Em Jesus Cristo, palavra de Deus feita condição humana, chega também ao seu momento culminante um aspecto fundamental da economia da revelação: a dimensão personalista. Nele a palavra de Deus se faz pessoa viva, na condição humana e histórica que permite o encontro e a comunhão. O encontro com Jesus Cristo se torna, portanto, o sacramento por excelência do encontro do ser humano com Deus, ao mesmo tempo em que manifesta a intenção personalista de toda a revelação. Se Deus “fala” e continua a falar na história, não o faz principalmente para informar ou para transmitir a verdade, mas antes de tudo para comunicar a si mesmo, convidar a um diálogo, a um encontro, a uma doação de si que obriga à doação de si, da parte de Deus e da parte dos seres humanos (ALBERICH, 2013, p. 109).

O ato catequético leva ao encontro com Jesus Cristo, que é a autocomunicação de Deus, e consequentemente com seu projeto de vida. “Jesus Cristo, na plenitude de sua pessoa e de seu mistério, é o centro indiscutível da comunicação catequética e ponto de referência de todo o seu conteúdo” (ALBERICH, 2013 p. 110). Nas palavras de Sousa,

A catequese apresentada como ministério da Palavra de Deus deve ter presente que a pessoa de Jesus Cristo é o centro do seu processo de evangelização. Nessa perspectiva, a catequese, por sua natureza e dimensão cristocêntrica, tem a missão de conduzir a um encontro pessoal com o próprio Cristo, que é a Palavra de Deus revelada. Desse modo, a Bíblia é o livro por excelência da catequese, pois o contato com a Sagrada Escritura favorece a compreensão do Cristo em toda a história da salvação. O acesso ao conhecimento bíblico na catequese favorece a compreensão da Revelação de Deus (SOUSA, 2014, p. 642).

A Palavra de Deus consignada nos textos bíblicos deve ocupar o centro da catequese, deve ser o seu coração, pois ela é a fonte reveladora de Jesus Cristo e de seu plano salvífico. E, embora o anúncio de Jesus Cristo não seja o único conteúdo da catequese (ALBERICH, 2013, p. 111), ele é seu núcleo central e tudo ganha sentido nele.

CONCLUSÃO

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