Dogmas Marianos

O mais recente dos dogmas marianos é a Assunção da Virgem Maria de corpo e alma à glória celeste. Este dogma foi definido e proclamado solenemente pelo Papa Pio XII em 1º de novembro de 1950 com a Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus” (Deus munificente – generoso, magnânimo, liberal).
A Assunção da Virgem Maria celebrada no dia 15 de agosto constitui uma das três solenidades marianas celebradas no ano litúrgico; as outras são Maternidade Divina (01/01) e Imaculada Conceição (08/12). O dogma da Assunção é a verdade de fé cristã referente à Virgem Maria que proclama que ao final de sua vida terrena a Mãe de Deus foi agraciada com a participação em corpo e alma na glória celeste.
Para penetrarmos na essência da verdade deste dogma mariano, precisamos refazer o seu percurso na Tradição cristã, compreender sua fundamentação bíblica e aprofundar seu significado para a Igreja e os homens e mulheres de hoje.
✓ A Constituição Apostólica Munificentissimus Deus de Pio XII
✓ Um único documento magisterial interveio no percurso doutrinal da Assunção: a definição de Pio XII proclamada em 1º de novembro de 1950 na constituição apostólica Munificentissimus Deus:
✓ “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e por nossa própria autoridade, afirmamos, declaramos, definimos como dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, Maria sempre Virgem, depois de ter completado o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celeste.”
✓ O texto sugere o vínculo entre Imaculada Conceição, Maternidade divina, Virgindade perpétua e Assunção. A definição, muito prudentemente, não toma posição sobre a morte natural de Maria nem sobre sua sepultura. Ao utilizar o termo “elevada”, que é um verbo na voz passiva, o texto diferencia o dogma mariano da “subida” da Ascensão de Cristo: Assunção é diferente de Ascensão – a primeira é passiva (alguém é elevado ou assunto por outro), a segunda é ativa (alguém sobe ou ascende por si mesmo).
O texto também evita qualquer idéia de deslocamento espacial ao afirmar que Maria foi elevada “à glória celeste” – mudança de estado do corpo de Maria e passagem da condição terrestre à condição gloriosa da totalidade de sua pessoa, que se encontra unida ao corpo espiritual e glorioso de seu Filho.
✓ Pio XII não apresenta uma argumentação imediata a partir da Escritura. Ele fala da fé unânime da Igreja de hoje, que foi consultada na pessoa dos bispos, e sublinha o vínculo entre a “doutrina concordante” do Magistério ordinário e a “fé concordante” do povo cristão. O Papa fez uma síntese da fé da Igreja ao longo dos séculos e reconheceu sua expressão na liturgia, no ensino ordinário do Magistério e no ensino e argumentação bíblica e doutrinal dos Padres. A Escritura, portanto, foi invocada mediante a tradição, segundo o princípio de coerência doutrinal que preside à relação entre Maria e seu Filho.
✓ Fundamento nas Escrituras