Dogmas Mariano

Dogmas Marianos

✓ O dogma da Imaculada Conceição é a verdade de fé que proclama a Mãe de Deus sempre Virgem Maria preservada do pecado original desde a sua concepção por graça divina em vista dos méritos do Salvador Jesus Cristo.

✓ Este dogma afirma que Maria é uma pessoa completamente iluminada por Deus, o templo humano onde o pecado não entra e habita a graça, porque Ela é toda santa e toda de Deus.

✓ O dogma da Imaculada Conceição afirma que o segredo de Maria, mãe, virgem e discípula, que respondeu a Deus de maneira total, tem sua raiz na graça divina. Ela recebeu do Senhor um dom especial nascendo já redimida pela graça salvífica do Verbo de Deus.

✓ Reflexão bíblica sobre o dogma da Imaculada Conceição

✓ O dogma, de fato, se não é uma repetição da Escritura, não é tampouco uma nova revelação: é um desenvolvimento homogêneo – percebido por instinto da fé – de tudo que já se encontra no horizonte global da revelação. Há que tomá-lo sempre vinculado com a leitura que dele fizeram a Igreja e a Tradição. Nessa leitura, podemos perceber alguns textos bíblicos que deixam entrever, ainda que germinalmente, a concepção imaculada de Maria.

No AT – O texto de Gn 3, 15, também chamado de “proto-evangelho”, apresenta a mulher e sua descendência esmagando a cabeça da serpente. A personificação do bem em luta contra o mal é atribuída à mulher Maria. Depois deste texto, segue-se toda a série de figuras bíblicas abundantemente aplicadas pelos Padres e pela Tradição a Maria: a arca de Noé (Gn 6,8 – 8,19), a escada de Jacó (Gn 28,12), a torre inexpugnável (Ct 4,4), o jardim fechado (Ct 4,12), a esplêndida cidade de Deus que tem seus fundamentos sobre a montanha santa (Sl 87,1.3), o templo de Deus cheio da glória do Senhor (1Rs 8,10-11).
Há, ainda, os escritos proféticos e outros do AT, dos quais fazem uso os Padres para celebrar Maria: “pomba pura” (Ct 2,10.14; 5,2; 6,9), Jerusalém santa (Sl 87), trono excelso de Deus (Eclo 24,2), arca santificada (Ex 25,10; 40,34-35; 1Rs 8,10-11; Ez 43,1-5), e rainha que, repleta de delícias e apoiada por seu amado (Ct 8,5), sai da boca do Altíssimo absolutamente perfeita, bela, amadíssima por Deus e para sempre preservada de mancha de culpa (Eclo 24,3).

✓ Maria aparece, então, na leitura do AT feita pelos padres, como essa “morada de Deus”, esse “lugar” puro e receptivo onde Deus pode entrar e permanecer, em toda a glória e majestade, sem encontrar à sua presença oposição ou resistência. A essa idéia remete a simbologia da maioria das figuras do AT: arca, cidade, casa, jardim.

No NT, os dois textos que mais se destacam são: a saudação do anjo (Lc 1, 28: “cheia de graça”) e a benção de Isabel (Lc 1, 42: “bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre”). Maria aparece, pois, como aquela entre todas as criaturas de Deus que mais próxima se encontra ao próprio Deus. É o milagre de Deus por excelência, a criação chegada à sua plenitude, bendita, bem-aventurada, cheia de graça. A “mulher” Maria do Evangelho de João (Jo 2, 1-12; 19, 25-28) retoma a figura da “mulher/Eva” original, pura, imaculada e santa antes da culpa; Maria personifica em nome da Igreja e da humanidade essa santidade original. Isto porque ela é a mãe do santo Filho de Deus (Lc 1, 35), a mãe do Senhor (Lc 1, 43), a
mãe do Cristo Emanuel (Mt 1, 16.23). O Todo-poderoso fez grandes coisas em Maria, Ele que é Santo e misericordioso, e por isso ela é bendita em todas as gerações (Lc 1, 48-50).

✓ A Bula Ineffabilis Deus de Pio IX

✓ Em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX, depois de ter consultado todos os bispos do mundo, procedeu à definição solene da Imaculada Conceição da Virgem Maria, segundo a seguinte formulação:

✓ “Nós declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que considera que a bem-aventurada Virgem Maria foi, no primeiro instante de sua concepção, por uma graça singular de Deus e por privilégio, em vista dos méritos de Jesus Cristo salvador do gênero humano, preservada de qualquer mancha do pecado original, é uma doutrina revelada por Deus, e que por isso deve ser crida firmemente e constantemente por todos os fieis.”

✓ A Bula de Pio IX afirma que Maria é isenta do pecado desde o primeiro instante de sua existência. Ela foi efetivamente resgatada por seu Filho, “por uma graça singular”, pois contraiu a dívida universal do pecado pelo fato mesmo de pertencer ao gênero humano, mas foi resgatada “de uma maneira mais sublime”, por preservação e não por purificação. A redação do documento papal recapitula toda a conquista da teologia desde Duns Scoto. A argumentação de Pio IX é bastante longa. O papa apresenta primeiro um quadro da fé da Igreja e do ensino de seus predecessores. Lembra as festas litúrgicas instituídas em honra da Imaculada Conceição e a difusão do culto desse mistério entre os fiéis. Reconhece que esse dogma faz parte, há vários séculos, do magistério ordinário da Igreja.

ASSUNÇÃO – Maria elevada em corpo e alma à glória celeste

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